Ainda existe uma grande controvérsia sobre a idade da Terra, até mesmo no meio cristão. Durante os primeiros 18 séculos da história da Igreja, a crença quase universal era que Deus criou o mundo em seis dias literais, cerca de 4.000 anos antes de Cristo, e destruiu o mundo com um dilúvio global na época de Noé.
Há pouco mais de 200 anos, porém, alguns cientistas desenvolveram novas teorias sobre a história da Terra, propondo a ideia de que o Universo e a própria Terra podem ter milhões de anos.
Foi então que, muitos líderes cristãos, tentaram encaixar as teorias à perspectiva bíblica, incluindo as seguintes visões: era do dia, teoria da lacuna, inundações locais, hipótese da estrutura, evolução teísta e a criação progressiva, conforme especifica um artigo do Dr. Terry Mortenson, pesquisador da organização criacionista Answer in Genesis.
‘Cristãos não devem aceitar os milhões de anos’
Terry, que é PhD em história da geologia, palestrante internacional e escritor, passou a expor as mentiras da Evolução assim que se converteu ao cristianismo.
“Os cristãos não podem aceitar os ‘milhões de anos’ sem causar grandes danos à Igreja e ao seu testemunho no mundo”, explicou.
Quando passou a pesquisar sobre a apologética da Criação, se juntou a uma equipe chamada Cruzada Estudantil para Cristo (CRU, da sigla em inglês), na Universidade de Minnesota, onde se formou em 1975.
Durante uma missão de verão na equipe da CRU, em 1979, ele ouviu uma palestra na hora do almoço sobre Criação e Evolução ministrada por John Baumgardner e tomou a decisão que o levaria a ser um cientista criacionista.
Ao longo dos anos, deu palestras para defender as evidências científicas, confirmando assim a veracidade do Gênesis. Além disso, participou de debates sobre as origens e foi aperfeiçoando sua cosmovisão bíblica.
‘Deus criou o mundo em seis dias literais’
Apesar de crescer num sistema educacional que ensina a Teoria da Evolução como um fato, Terry foi ousado em sua defesa do Criacionismo, palestrando em mais de 35 países, se dividindo entre escolas, universidades e igrejas.
“A Bíblia ensina claramente que Deus criou o mundo em seis dias literais de 24 horas, há alguns milhares de anos. A palavra hebraica para ‘dia’ em Gênesis 1 é ‘yom’. Na grande maioria dos seus usos no Antigo Testamento significa um dia literal; e onde isso não acontece, o contexto deixa isso claro”, afimou.
Sua tese de doutorado “O grande ponto da virada: o erro catastrófico da Igreja na geologia, antes de Darwin”, publicada em 2004, explica como a ideia de milhões de anos se desenvolveu na geologia e que muitos cristãos aceitaram a ideia.
“Mas as genealogias de Gênesis 5 e 11 deixam claro que os dias da criação aconteceram apenas cerca de 6.000 anos atrás. É evidente nas genealogias, que fornecem informações cronológicas muito detalhadas”, disse.
‘As teorias modernas devem ser rejeitadas’
Conforme explica o cientista, o texto em Êxodo 20.9–11, onde fala sobre trabalhar seis dias da semana e descansar no sétimo, bloqueia todas as tentativas de encaixar milhões de anos em Gênesis 1.
“Yom é usado em ambas as partes do mandamento. Se Deus quisesse dizer que os judeus deveriam trabalhar seis dias porque Ele criou o mundo durante ‘seis longos períodos de tempo’, Ele poderia ter dito isso usando uma das três palavras hebraicas de tempo indefinido”, justificou.
“Mas Ele escolheu a única palavra que significa dia literal, e os judeus a entenderam literalmente (até que a ideia de milhões de anos se desenvolveu no início do século 19). Por esta razão, a visão do dia-idade ou a hipótese da estrutura devem ser rejeitadas”, continuou.
“A teoria do intervalo ou qualquer outra tentativa de colocar milhões de anos antes dos seis dias também é falsa porque Deus diz que em seis dias Ele fez o céu, a terra, o mar e tudo o que neles há. Então Ele fez tudo naqueles seis dias literais e nada antes do primeiro dia”, reforçou.
Evidências que comprovam a veracidade da Bíblia
Sobre a atual teoria de que o dilúvio bíblico poderia ser regional, é totalmente descartável, segundo Terry: “A Arca seria desnecessária se o dilúvio fosse apenas local. Pessoas, animais e pássaros poderiam ter migrado para fora da zona de inundação antes que ela ocorresse, ou a zona poderia ter sido povoada por criaturas fora da área após a inundação”.
“A natureza catastrófica do dilúvio é vista nas chuvas ininterruptas durante pelo menos 40 dias, que teriam produzido erosão maciça, deslizamentos de lama, furacões, etc”, disse ao mencionar as palavras hebraicas traduzidas como “as fontes do grande abismo se abriram”, em Gênesis 7.11.
“Essas palavras apontam claramente para a ruptura tectônica da superfície terrestre em muitos locais durante 150 dias, resultando em vulcões, terremotos e tsunamis. O Dilúvio de Noé produziria exatamente o tipo de registo geológico complexo que vemos hoje em todo o mundo”, disse.
“Há milhares de metros de sedimentos claramente depositados pela água e mais tarde endurecidos em rocha e contendo milhares de milhões de fósseis. Se o Dilúvio que dura um ano é responsável pela maior parte das camadas rochosas e fósseis, então essas rochas e fósseis não podem representar a história da Terra ao longo de milhões de anos, como afirmam os evolucionistas”, destacou.
‘A ideia de milhões de anos não surgiu dos fatos científicos’
Segundo Terry, a ideia de longas eras foi desenvolvida por geólogos deístas e ateus no final do século 18 e início do século 19: “Estes homens usaram pressupostos filosóficos e religiosos antibíblicos para interpretar as observações geológicas de uma forma que contradizia claramente o relato bíblico da Criação, do Dilúvio e da idade da Terra”.
“A maioria dos líderes e estudiosos da igreja rapidamente se comprometeram a usar a teoria da lacuna, a visão do dia-era e a visão das inundações locais para tentar encaixar o ‘tempo profundo’ na Bíblia. Mas eles não entendiam os argumentos geológicos e não defendiam os seus pontos de vista através de um estudo cuidadoso da Bíblia. A ideia do tempo profundo flui de suposições naturalistas, não de observações científicas”, explicou.
Além disso, os métodos de datação radiométrica não comprovam milhões de anos, conforme Terry: “A datação radiométrica só foi desenvolvida no início do século 20, altura em que praticamente o mundo inteiro já tinha aceitado os milhões de anos. Durante muitos anos, os cientistas criacionistas citaram numerosos exemplos na literatura científica publicada destes métodos de datação, dando claramente datas erradas”.
“Por exemplo, uma data de milhões de anos para fluxos de lava que ocorreram nas últimas centenas de anos ou mesmo décadas. Nos últimos anos, os criacionistas do projeto RATE fizeram pesquisas experimentais, teóricas e de campo para descobrir mais evidências desse tipo (diamantes e carvão), que os evolucionistas dizem ter milhões de anos”, disse.
“Foram datados pelo carbono-14 como sendo de apenas milhares de anos e para mostrar que as taxas de decaimento eram ordens de magnitude mais rápidas no passado, o que reduz os milhões de anos para milhares de anos, confirmando a Bíblia”, continuou.
‘A autoridade da Bíblia está em jogo’
“Estas são apenas algumas das razões pelas quais acreditamos que a Bíblia nos dá a verdadeira história do mundo. A Palavra de Deus deve ser a autoridade final em todos os assuntos sobre os quais fala, não apenas nos assuntos morais e espirituais, mas também nos seus ensinamentos que se relacionam com a história, a arqueologia e a ciência”, resumiu o cientista.
“O que está em jogo aqui é a autoridade das Escrituras, o caráter de Deus, a doutrina da morte e o próprio fundamento do Evangelho. Se os primeiros capítulos de Gênesis não forem uma história literal verdadeira, então a fé no resto da Bíblia será minada, incluindo o seu ensino sobre a salvação e a moralidade”, ressaltou ao concluir.
Terry encorajou os criacionistas que defendem a ideia da Terra jovem para que se envolvam em discussões sobre a visão da Terra velha, como a teoria da evolução teísta, entre outras.
Publicada por: RBSYS
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