Tanques e soldados israelenses foram vistos se dirigindo para a cidade de Rafah, no sul de Gaza, na manhã desta terça-feira (07), informou o The Times of Israel.
Esse movimento ocorreu após Jerusalém declarar que a proposta de cessar-fogo apresentada pelo Hamas, considerado um grupo terrorista, não atendia às suas exigências. Em resposta, Israel anunciou a continuação da ofensiva que já vinha ameaçando há algum tempo.
As forças militares israelenses informaram que estão realizando "ataques direcionados" contra o Hamas no leste de Rafah, área considerada o último reduto do grupo terrorista.
Logo após, tanques israelenses adentraram Gaza nas proximidades de Rafah, aproximando-se a cerca de 200 metros do terminal de passagem de Rafah para o Egito, conforme relataram um oficial de segurança palestino e um oficial egípcio. Ambos preferiram não se identificar, pois não estavam autorizados a falar com a imprensa.
Tiros e explosões
Tiros e explosões puderam ser ouvidos em imagens transmitidas na travessia pela TV egípcia al-Qahera, que mostraram o lado egípcio da travessia vazio de pessoas. O barulho dos tanques e o zumbido dos helicópteros também eram audíveis.
Um oficial egípcio indicou que a operação israelense parecia ter um alcance limitado. Tanto ele quanto a TV Al-Aqsa, afiliada ao Hamas, relataram que as autoridades israelenses informaram aos egípcios que as tropas israelenses se retirariam após a conclusão da operação.
No domingo, militantes do Hamas perto da passagem de Rafah lançaram foguetes em direção ao sul de Israel, resultando na morte de quatro soldados israelenses e ferindo outros 10.
Footage from the Egyptian side of the Rafah crossing where gunfire can be clearly heard in the background. pic.twitter.com/RsvPJO4vSj
— Joe Truzman (@JoeTruzman) May 6, 2024
Palestinos reportaram intensos ataques aéreos no leste de Rafah, que resultaram na morte de pelo menos cinco pessoas.
Israel tem realizado ataques aéreos em Rafah com certa frequência nos últimos meses. No entanto, a entrada de tropas na cidade foi adiada devido a uma forte oposição internacional às operações militares em Rafah. A cidade é considerada um refúgio para mais de um milhão de palestinos, a maioria deslocada de outras partes da Faixa de Gaza.
Uma autoridade dos EUA declarou que Washington não considera a ofensiva em Rafah como uma grande operação militar, embora ainda veja a ação com preocupação.
Militares israelenses não comentam.
Ordens de evacuação
A operação segue um dia após Israel emitir ordens de evacuação para cerca de 100.000 habitantes de Gaza em partes do leste de Rafah. Esses residentes foram instruídos a se deslocarem para uma "zona segura" próxima a Khan Younis, ao norte de Rafah.
Horas depois, o Hamas anunciou que aceitou uma proposta de cessar-fogo mediada pelo Egito e Catar, bem como um acordo para a libertação de reféns. No entanto, autoridades israelenses declararam que os termos apresentados pelo Hamas não correspondiam ao que havia sido acordado por Jerusalém. Apesar disso, equipes de negociação irão viajar ao Cairo na terça-feira para continuar as negociações indiretas.
Declarando que a última proposta do Hamas estava "longe de atender aos requisitos essenciais de Israel", um comunicado do gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu informou que o gabinete de guerra decidiu por unanimidade prosseguir com uma operação das Forças de Defesa de Israel (FDI) em Rafah. O objetivo é exercer pressão militar sobre o Hamas para avançar na libertação dos reféns e atingir outros objetivos do conflito.
Libertação de reféns
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu vem prometendo há meses que as tropas israelenses realizariam uma operação para erradicar os últimos redutos do Hamas em Rafah, no sul de Gaza, independentemente de qualquer acordo para a libertação de reféns.
Autoridades de defesa de Israel afirmam que quatro dos seis batalhões restantes do Hamas estão localizados na cidade, juntamente com membros da liderança do grupo e um número significativo de reféns que foram sequestrados em Israel em 7 de outubro, durante o ataque em massa do grupo terrorista.
Fronteira de Rafah. (Captura de tela/YouTube/The Telegraph)
"Israel alcançará seus objetivos de guerra”, disse um alto funcionário israelense ao The Times of Israel na noite de segunda-feira (06).
“Destruiremos as capacidades militares e governativas do Hamas, libertaremos os reféns e garantiremos que Gaza não representa uma ameaça para Israel e para o mundo civilizado no futuro”, prometeu o responsável, reiterando mensagens que têm vindo de responsáveis israelitas há semanas.
Segundo o The Times of Israel, uma ofensiva israelense em Rafah atenderia às exigências dos parceiros de coalizão de extrema-direita de Netanyahu, que têm insistido repetidamente para que as forças militares não sejam restringidas na conquista da cidade, mesmo que isso possa comprometer um possível acordo para a libertação de reféns.
“Estou orando pelo sucesso das nossas tropas que finalmente estão lutando em Rafah”, disse a ministra Orit Strock à emissora Kan na noite de segunda-feira.
Ao mesmo tempo, famílias de reféns e manifestantes antigovernamentais saíram às ruas em Tel Aviv e Jerusalém na noite de segunda-feira para se manifestarem por um cessar-fogo que traria de volta para casa os restantes 128 reféns capturados em 7 de outubro.
Até o momento da guerra, mais de 34 mil palestinos foram mortos no conflito, de acordo com números não verificáveis fornecidos pelas autoridades de saúde do Hamas, que não fazem distinção entre homens armados e civis. Israel afirma ter matado 13.000 homens armados do Hamas em Gaza, bem como 1.000 terroristas dentro de Israel no próprio dia 7 de outubro. Duzentos e sessenta e sete soldados das IDF foram mortos nos combates em Gaza.
Publicada por: RBSYS
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