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Holanda estuda possibilidade de mover embaixada para Jerusalém

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Holanda estuda possibilidade de mover embaixada para Jerusalém

Em um projeto avançado para um acordo de coalizão entre quatro facções políticas de direita na Holanda, os partidos concordaram em procurar o "momento apropriado" para transferir a embaixada dos Países Baixos para Jerusalém.

Os partidos PVV, VVD, NSC e BBB chegaram a um amplo acordo de coalizão na terça-feira (14), significando a formação de um gabinete de direita na Holanda.

O projeto de acordo, publicado na manhã de quinta-feira (16), é uma consequência das eleições gerais de novembro quando o Partido da Liberdade, pró-Israel e de direita, de Geert Wilders, recebeu o maior número de votos, conseguindo 37 assentos dos 150 na câmara baixa holandesa.

Se a proposta continuar, a Holanda será o sexto país a abrir uma embaixada em Jerusalém, seguindo Papua Nova Guiné, Kosovo, Honduras, Guatemala e os EUA.

Israel vê essas medidas como um reforço de sua reivindicação sobre a cidade como sua capital, embora a maioria dos países estrangeiros mantenha suas embaixadas em Tel Aviv ou arredores.

A cláusula de Jerusalém, sem precedentes nos acordos de coalizão da Europa Ocidental, é um dos vários desvios dramáticos no documento de 26 páginas em relação aos acordos assumidos em coalizões anteriores.

Incidentes antissemitas

O acordo foi anunciado em meio a um debate polarizado na sociedade holandesa sobre a violência cometida por ativistas anti-Israel no campus da Universidade de Amsterdã e em outros locais.

Muitos veem essa violência e o aumento de incidentes antissemitas desencadeados pela guerra entre Israel e o Hamas, como resultado de uma política de imigração falha e da doutrinação da extrema-esquerda.

O avanço nas negociações sobre uma coalizão liderada pelo Partido para a Liberdade ocorreu apenas três semanas antes das eleições para o Parlamento Europeu, que será em 9 de junho, nas quais muitos observadores preveem grandes ganhos para a direita.

Uma cláusula sobre imigração no projeto de acordo estabelece que o Holocausto será incluído no exame de integração, exigido de qualquer pessoa que pretenda obter a cidadania holandesa.

União Europeia e política de imigração

Outra cláusula menciona que os protocolos holandeses de asilo e imigração serão revistos.

"Serão tomadas medidas concretas para estabelecer as regras de entrada para asilo mais rigorosas de sempre e o pacote mais abrangente de controle da migração já implementado", afirma o acordo.

As partes afirmaram que apresentarão um pedido à Comissão Europeia para um opt-out da política europeia de asilo "o mais rapidamente possível". Objetivo é não aderir ou não aplicar as regras ou regulamentos da União Europeia relacionados ao asilo e imigração, mantendo as políticas próprias da Holanda.

Pessoas sem autorização de residência válida serão deportadas "à força, se necessário", afirma o relatório.

Parceiro construtivo

Na política externa, as partes se comprometem a manter os Países Baixos como um "parceiro construtivo" na União Europeia e a apoiar a Ucrânia "politicamente, militarmente, financeiramente e moralmente".

Os parceiros de coalizão do Partido para a Liberdade de Geert Wilders são o Partido Popular pela Liberdade e Democracia, de centro-direita, liderado pelo primeiro-ministro interino Mark Rutte; o partido de centro-direita Novo Contrato Social; e o Movimento Agricultor-Cidadão, um partido conservador que surgiu dos protestos contra as políticas climáticas.

Os parceiros não chegaram a acordo sobre quem será o próximo primeiro-ministro.

Wilders, um incendiário anti-islâmico que foi considerado culpado em 2016 de incitar a discriminação contra marroquinos ao sugerir que a Holanda queria "menos" deles, é apontado como tendo concordado em não servir como primeiro-ministro, conforme as condições impostas por alguns de seus futuros parceiros de coalizão.

Um apoiador vocal de Israel, Wilders viveu por um ano em Moshav Tomer, em Israel, durante sua juventude.

Embaixada em Jerusalém

Há anos, ele tem apelado para que a Holanda transfira sua embaixada para Jerusalém, incluindo em um discurso de 2013 em Los Angeles diante da Aliança Americana para a Liberdade.

“Vamos hastear as bandeiras de todas as nações livres e orgulhosas do mundo nas embaixadas em Jerusalém, a única verdadeira capital de Israel e o berço da nossa civilização judaico-cristã”, disse Wilders.

Para Israel, Jerusalém é sua capital, incluindo Jerusalém Oriental, que foi anexada em 1980. No entanto, essa medida não foi reconhecida pela maior parte da comunidade internacional, que afirma que as fronteiras finais da cidade devem ser decididas em negociações com os palestinos.

O ex-presidente dos EUA, Donald Trump, transferiu a embaixada americana para Jerusalém em 2018, na esperança de Israel que isso levaria a uma enxurrada de países seguindo o exemplo, embora isso ainda não tenha ocorrido.


Publicada por: RBSYS

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